sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Lições do primeiro turno

Passadas algumas horas do resultado do primeiro turno da consulta prévia à comunidade acadêmica para escolha do reitor da Universidade Regional de Blumenau (FURB), podemos refletir sobre o processo eleitoral, os fatos significativos e uma provável relação causal entre as diversas variáveis, interferentes e intervenientes, presentes neste período. A campanha iniciou formalmente no dia 21 de julho passado, quando três chapas se inscreveram para o processo, depois denominadas Chapa 1 – Romero Fenili (reitor) e Marcelo Vitorino (vice-reitor); Chapa 2 – Valmor Schiochet (reitor) e Ralf Ehmke (vice-reitor), e Chapa 3 – João Natel (reitor) e Griseldes Boos (vice-reitora). Ponderado o peso dos votos nas duas categorias (servidores, 80%; estudantes, 20%), passaram dois concorrentes para o segundo turno a Chapa 3 – João Natel, com 39,8% dos votos válidos, junto com a Chapa 2 – Valmor Schiochet, com 34,4% dos votos, excluindo-se do processo a Chapa1, Romero Fenili, que obteve 25,7% dos votos. Vamos à análise:

1. Deus ajuda quem madruga. João Natel não parou de lutar desde que ficou em segundo lugar na eleição anterior para a reitoria da FURB, em 2006. Elegeu-se chefe do departamento de Medicina, desde dezembro passado reuniu-se com um grupo eclético para discutir as alternativas de futuro para a Instituição. Estabeleceu contatos com outras forças políticas, discutiu plataformas mínimas para a oposição à atual reitoria, reuniu em torno de sua candidatura das chapas de oposição da eleição anterior. Montou chapa com a professora Griseldes, reunindo assim representantes das unidades de ensino com o maior número de servidores e estudantes, os Centros e Ciências da Saúde e o de Ciências Tecnológicas. A aliança, por enquanto, está dando certo, pois obtiveram o maior percentual de escolha entre os servidores, 429 votos (32,04%).
2. O povo unido jamais será vencido. Valmor Schiochet ganhou visibilidade dentro da Universidade quando elegeu-se em 2002 diretor do Centro de Ciências Humanas e da Comunicação, e, recentemente, passou a coordenar o movimento FURB Federal. Montou chapa com o professor Ralf Ehmke, do Centro de Ciências Sociais. Defendeu gratuidade do ensino e a criação de uma universidade federal na região, o que repercutiu entre os estudantes, que em maioria numérica lhe escolheram, 2081 votos (9,29%)
3. Dize-me com quem andas, te direi quem és. Romero Fenili conquistou espaço político como atual vice-reitor da FURB. Mas a proximidade com o poder e com o reitor Eduardo Deschamps, lhe trouxe ônus e bônus da atual administração. Vai ser lembrado, na FURB, como o único candidato apoiado pelo reitor em exercício, que não se elegeu. Mesmo assim, obteve apoio expressivo entre os servidores, que lhe atribuíram 301 votos (22,48%).
4. Os cães ladram e a caravana passa. A Rádio Corredor, que produz, alimenta e dissemina boatos e versões dentro da FURB, diz que a pesquisa do Instituto Ideco, publicada na Folha de Blumenau em 21 de agosto, estava correta, considerando-se uma margem de erro de 5%, para mais ou para menos, adotada em pesquisas desta natureza.
5. Nunca, nem que o mundo caia sobre mim. Eleições em segundo turno têm uma característica distinta, onde não se escolhe um candidato, mas vota-se contra o candidato que não se gosta. Nesse sentido, ganha a eleição o candidato que tiver menor rejeição do colégio eleitoral, que fizer as pazes com o eleitor.

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